O Brasil tem hoje 220 mil Cirurgiões-Dentistas trabalhando, de acordo com a Associação Brasileira de Odontologia. Isso significa que aqui trabalham perto de 10% de todos os dentistas do mundo. O que isso não significa, porém, é que a saúde bucal dos brasileiros vá bem – até porque 20 milhões de pessoas no país jamais fizeram nem sequer uma consulta com um profissional da área. Além da falta de acesso aos profissionais da área, há uma série de outros problemas que impedem a situação de ser melhor: há falta de atendimento básico e especializado; alguns estados das regiões Norte e Nordeste não adicionam flúor à água (o que ajudaria a prevenir a aparição de cáries); e faz só cinco anos que o país adotou uma política pública nacional para o tema. Em 2003, o governo federal realizou uma espécie de censo dentário. O estudo intitulado “Condições de saúde bucal da população brasileira” apontou um quadro grave que colocou o país como um dos mais defasados neste quesito. Até então, nunca havia sido construída uma política pública nacional voltada para esta área. Apenas 3% dos procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) eram especializados. O programa Brasil Sorridente nasceu com a missão de criar, em parceria com os estados, centros de alta complexidade para tratar problemas graves que antes eram ignorados pelo Estado. De 2007 a 2010 a previsão de investimento é de R$ 2,7 bilhões. Mas, na opinião de especialistas, o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente para tentar resolver problemas gerados por séculos de abandono. O resultado é que o país é um dos campeões em número de dentes com cáries. Entre as crianças de 12 anos, a média é superior a três dentes cariados por pessoa. Na faixa etária dos idosos, o valor dobra. Os adolescentes são os mais excluídos da saúde bucal. Cerca de 14% deles nunca foram ao Cirurgiões-Dentista e boa parte dos que foram (30%), já estava sentindo dor e não agiu de maneira preventiva como é o indicado. Outro fator preocupante são as diferenças regionais. A maior parte dos Cirurgiões-Dentistas está concentrada nas regiões Sul e Sudeste. O Norte e o Nordeste são mais prejudicados: têm maior índice de pessoas usando próteses (ou seja, que já perderam algum dente); maior índice de cárie na população; e menor índice de fluoretação da água. Mesmo com os avanços já observados do Brasil Sorridente, o SUS ainda tem dificuldade de realizar serviço nas áreas de Ortodontia e Estética, consideradas essenciais. Quem precisa de um aparelho dentário não tem outra alternativa senão procurar um serviço privado. O mesmo ocorre com quem precisa, por exemplo, clarear um dente. Fonte: Jornal Gazeta do Povo |
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Curiosidades !
Eles nunca foram a um Cirurgião-Dentista.
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